A CRACOLÂNDIA E A HIGIENE SOCIAL PRATICADA PELO ESTADO

15-01-2012 11:42

 

Breve histórico

Cracolândia (por derivação do crack[i]) é uma denominação popular para uma região no centro da cidade de São Paulo nas imediações da Avenida Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a Rua Mauá, onde historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas e meretrício.

Recentemente a prefeitura de São Paulo lançou um programa denominado Nova luz para promover a reconfiguração e requalificação da área. Entre as medidas propostas, destaca-se a renúncia fiscal referente ao Iptu, visando estimular as reformas de fachadas dos imóveis de valor venal inferior a R$ 300 mil.

Desde 2005, a prefeitura fechou bares e hotéis ligados ao tráfico de drogas e à prostituição, retirou moradores de rua e aumentou o policiamento para inibir o consumo de drogas no local. Centenas de imóveis foram declarados de utilidade pública, em uma área de 105 mil metros quadrados, e estão sendo desapropriados. O objetivo do programa é tornar a área atrativa a investimentos privados, abrindo espaços para empresas do setor imobiliário.

Contudo o caráter deste programa é higienista, destacando que a recuperação de edifícios, praças, parques e avenidas não é acompanhada de ações voltadas aos grupos mais vulneráveis que vivem ou trabalham na área – que estão sendo sumariamente expulsos.

Os sem tetos são retirados, o trabalho dos catadores de material reciclável é dificultado e os usuários e dependentes de crack (muitos dos quais crianças e adolescentes), impedidos de se reunir no local, são obrigados a perambular pelos bairros vizinhos, em bandos, sem rumo.

Ação de Higienização do estado

A partir do dia 3 de janeiro teve início uma operação policial que prendeu 150 pessoas, de acordo com o último boletim divulgado pela polícia militar, 107 pessoas foram presas e 43 condenados pela justiça, no total 2.3 kg de crack foi apreendido.

Além do crack, a polícia informou que outras drogas foram apreendidas em maior quantidade. Foram 10.15kg de cocaína e 17.7 de maconha. Além disso, 101 toneladas de lixo foram retiradas da região conhecida como cracolândia.

O governador de são Paulo, Geraldo Alckmin, foi às ruas da cracolandia na madrugada deste sábado(14).Ele afirmou, nesta manhã, em um evento no hospital Heliópolis, que já verificou avanços e que a polícia deve continuar na região.

Na capital paulista, os dependentes e outras pessoas ligadas ao consumo de drogas dividem-se em ruas próximas do centro da cidade, nos bairros de Santa Cecília, Luz e Campos Elíseos.

Segundo o governador, a polícia vai continuar na cracôlandia porque há um trabalho longo pela frente.

Segundo este: - [A polícia] não vai resolver [o problema] no curto espaço de tempo, tem que perseverar. De um lado, [é preciso] o trabalho social, de abrigamento das famílias, o trabalho de saúde pública, porque dependência química é doença, como é o apendicite, e policial, no sentido de garantir a segurança das pessoas da região e prender quem faz o tráfico de drogas.Ali foram presos 39  fugitivos da polícia.

Segundo o governador do estado ser usuário de crack é uma doença equivalente a apendicite, contudo a origem desta dita doença – a dependência de crack – é o estado, o estado é a doença e o usar um determinado tipo de droga é equivalente a um analgésico ao mal maior que é causado pelo estado.

As pessoas consomem drogas porque suas vidas são uma “merda” e caso você não se enquadre nas normas da democracia ditatorial a qual vivemos você é excluído, vivemos uma constante concorrência imposta pelo sistema capitalista e caso você tropece nesta corrida e não consiga se levantar o estado não lhe da às mãos e você fica caído ignorado pelo sistema.

Estes usuários de droga são um produto do sistema, o governador e tudo que ele representa e agora supostamente ajuda é o responsável por esta situação desumana a qual vivem estas pessoas.

A única forma de ajudar estas pessoas não é através do assistencialismo – porque você assiste a pobreza, mas não a elimina - e sim eliminando o causador da doença, o sistema capitalista.

O capitalismo e tudo o que ele representa é o causador deste infortúnio humano, lógico que de momento precisamos ajudar estas pessoas a se livrarem deste vício destrutivo, mas a verdadeira ajuda vem da luta, através da revolução socialista a qual todo o gênero humano seja respeitado, uma sociedade a qual o ser humano vala mais que imóveis que é o verdadeiro propósito do estado e do governador  nesta operação e não os viciados em crack como a mídia apresenta.

 

 

 

 



[i] Crack é uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bircabonato de sódio. É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto. O nome deriva do verbo "to crack", que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.

A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência. Não raro o usuário tem alucinações e paranóia (ilusões de perseguição).

Em relação ao seu preço, é uma droga mais barata que a cocaína.

O uso de cocaína por via intravenoso foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante, sendo tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa — basta um cachimbo, na maioria das vezes improvisado, como, por exemplo, uma lata de alumínio furada

Abaixo fotos da  repressão policial:

Na foto acima cachimbo improvisado de crack feito a partir de uma lata de alumínio.