CRIANÇA INDÍGENA DE 8 ANOS É QUEIMADA VIVA POR MADEIREIROS NO MARANHÃO

13-01-2012 19:45

 

Conselho Indigenista Missionário (Cimi) confirmou, nesta quinta-feira, 5 de janeiro, a denúncia feita pelo jornal maranhense Vias de Fato de que uma criança indígena de 8 anos, da etnia Awá-Gwajá, foi assassinada por madeireiros nas terras indígenas Araribóia, localizadas no município de Arame, a 476 km de São Luis, estado do Maranhão.

O jornal havia postado uma nota sobre o caso logo após ter recebido um telefonema de um índio Guajajara denunciando o crime hediondo. De acordo com relatos, o menino teria sido queimado vivo. Segundo Gilderlan Silva, representante do Cimi no Maranhão, o índio Guajajara filmou o corpo da criança carbonizado. Após ser queimado, a criança ainda teria sido jogada numa vala.

A criança foi morta na aldeia Tatizal, a 50 km da sede de Arame. O crime, segundo informações do Cimi, ocorreu em outubro de 2011. Na versão dos indígenas, a criança tinha saído para brincar e se perdeu deles no meio da floresta. Logo após, os indígenas Awá-Guajá encontraram seu corpo numa cova dentro da aldeia Tatizal.

Alguns indígenas acham que a criança foi morta porque testemunhou a ação dos madeireiros ilegais, mas ainda não se sabe ao certo as razões do crime.

Nesta sexta-feira, 6 de janeiro, Rosimere Diniz, coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão, por meio de nota oficial, afirmou que “Tem se tornado frequente a presença desses grupos de madeireiros colocando em risco os indígenas isolados. Nenhuma medida concreta foi tomada para proteger esse povo”. Ela afirma ainda que um comunicado feito pelo Conselho, em novembro do ano passado, já mostrava o crescimento da exploração ilegal de madeira na reserva indígena.

Já sobre a vergonhosa omissão dos fatos pelo monopólio dos meios de comunicação, Gilderlan Silva disse que “Qualquer questão de abuso contra os indígenas daqui pouco sai na mídia. Os madeireiros são muito blindados pela imprensa para não sujar a imagem das invasões das terras indígenas”.

A morte dessa criança indígena, lamentavelmente se soma às centenas de crimes que são cometidos anualmente por madeireiros no interior do país, principalmente no Norte e Nordeste, contra índios e camponeses pobres. Tais crimes execráveis, como assassinatos, torturas e ameaças, na maioria das vezes ficam impunes, demonstrando a quem serve a “justiça” brasileira.

 Fonte: Jornal A Nova Democracia