Notícias Internacionais (Díário Liberdade)

24-04-2011 00:00

 

1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário. Luitando temos futuro!

Galiza - Laboral/Economia

Sexta, 22 Abril 2011 12:41

 NÓS-UP - Após as importantes greves gerais de setembro de 2010 e janeiro deste ano, o movimento operário perdeu novamente a iniciativa. Porém, a burguesia e os seus governos centrais e autônomos continuam e aprofundam a ofensiva contra as nossas conquistas e direitos.

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A voracidade do Capital é ilimitada. Não lhe chegou com a reforma laboral nem com a das pensões, agora querem alterar as negociações coletivas para favorecer as empresas e o sindicalismo amarelo espanhol, para disciplinar ainda mais o proletariado. Mas também pretendem combater o que denominam absentismo laboral e baixa produtividade, ou seja, que trabalhemos ainda mais e em piores condições por menos salário e menos direitos!!

Querem que paguemos a crise estrutural e sistêmica do capitalismo. Pretende seguir empobrecendo o conjunto do povo trabalhador para perpetuarem a sua taxa de lucro.

Um revelador exemplo da mais absoluta carência de escrúpulos na hora de golpear sem trégua o que conquistamos é o obsceno anúncio realizado pela empresa “Telefônica” de despedir milhares de trabalhadores e trabalhadoras. A multinacional espanhola informava desta decisão apenas uns dias depois de ter anunciado que em 2010 atingiu os melhores rendimentos econômicos da sua história e que ia distribuir centenas de milhoõs de euros entre os seus principais acionistas.

O Capital carece de pudor e moral! É um sistema que se baseia na violência e no terror para impor a sua dominação.

A classe operária Galega não pode seguir depositando confiança na corrupta casta política que implementam no jogo do parlamentarismo burguês as diretrizes da oligarquia industrial e financeira.

Não há alternativa na via institucional. A receita reformista de acumulação de forças eleitorais que promovem as forças reformistas está esgotada. Uma nova era está a abrir-se em escala mundial. As rebeliões é o único caminho para derrotá-los. Já não é possível contê-los por meio de negociações e o jogo eleitoral-institucional. Temos que construir nas fábricas, nos centros de trabalho e ensino e na rua a alternativa operária e popular que destrua o capitalismo. Apenas lutando pela Revolução Socialista, por um Estado operário Galego, teremos futuro.

Em caso contrário, vamos espera mais desemprego e precariedade, emigrações, mais cortes sociais, incremento permanente dos preços dos produtos básicos, da energia e o transporte.

Os donos do nosso presente conhecem a fundo que um ciclo de lutas e convulsões vai espalhar-se em todo o globo. A Galiza não vai ser uma exceção.

O Estado espanhol sabe-o. Os seus principais partidos (PP, PSOE e BNG) e as estruturas sindicais (CCOO e UGT) também subsidiadas para conter as lutas também o sabem.

Daí o incremento da intoxicação e criminalização das organizações revolucionárias, do movimento popular e operário conseqüente pelo Estado, os seus partidos e burocracias sindicais. Por isso aumentam a repressão e o controlo social. Eis porque Miguel Nicolás Aparício e Telmo Varela, sindicalistas conseqüentes e combativos do sul da Galiza, estão presos em Xixón e na Lama.

NÓS-Unidade Popular apela à mobilização obreira e popular para impossibilitar mais agressões e retrocessos, para reconquistar terreno, para injetar moral e autoconfiança, para se desprender de tanto amorfismo e desencanto.

PSOE, PP, BNG a mesma merda é!

Miguel, Telmo, liberdade!

Viva a luta operária!

Viva Galiza livre, socialista e feminista!

Galiza, 1º de maio de 2011

 

 

 

Alta nos preços da energia e dos alimentos inflama protestos pelo globo

Laboral/Economia

Domingo, 24 Abril 2011 02:00

 World Socialist Web Site - [Andre Damon, Tradução de Diário Liberdade] Os preços do petróleo atingiram, nesse mês, seus preços mais altos dos últimos 2 anos, aplacando parte dos ganhos dos trabalhadores, se combinando com os efeitos do alto desemprego, e alimentando protestos pelo mundo.

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O petróleo cru intermediado pela West Texas alcançou 112 dólares na sexta-feira, alta de 32% em relação a um ano atrás. Os preços médios nas bombas atingiram U$3,84 nos Estados Unidos, alta de 30 centavos comparado a um mês atrás, e de mais de 1 dólar se comparado à abril de 2010, de acordo com a Associação Americana de Automóveis. Os preços do gás na Costa Oeste dos Estados Unidos estão ainda mais alto, ficando em média na casa de mais de 4 dólares por galão.

Os preços dos alimentos caíram um pouco em relação à alta no mês de fevereiro, mas permaneceram mais alto que qualquer outro mês, de acordo com o índice de preços de alimentos mundiais, publicado pelo Banco Mundial. Os preços aumentaram até 36% em comparação com o ano passado.

Os preços de certos alimentos camuflaram até as altas que eles atingiram no começo ano. O preço do café atingiu o seu nível mais alto em 34 anos. O estoque da safra esteve em seu nível mais baixo em 50 anos, de acordo com a Organização Internacional do Café.

O aumento dos preços tem alimentado distúrbios sociais ao redor do mundo. Centenas de caminhoneiros organizaram um protesto na quinta-feira em Xangai – região da China onde está o maior número de terminais de carga –, em resposta ao aumento no preço do combustível. Os caminhoneiros fizeram um bloqueio na rodovia em frente a um dos portos da cidade, e foram rapidamente dispersados pela polícia, que prendeu ao menos 8 pessoas.

A China está entre os países que mais foram afetados pela inflação global. A taxa da inflação chinesa atingiu 5,4% no último mês, enquanto alimentos e preços de combustível cresceram mais do que o dobro dessa média. O governo chinês aumentou o preço oficial do combustível, que é mantido baixo pelos subsídios governamentais, pela segunda vez este ano no dia 7 de abril.

Num país onde a família média gasta 33% dos seus ganhos em alimentos, o aumento da inflação tem tido um impacto substancial nos ganhos reais da população. O governo chinês respondeu contra a crescente insatisfação com ameaças de repressão, em meio à preocupação de que a inflação crescente poderia acender uma série de protestos pelo país.

A China impôs preços controlados em itens de consumo no começo do mês, e o premiê Wen Jiabao disse que poderia permitir que a moeda do país valorizasse visando combater a inflação. Algum tempo depois, no dia 17 de abril, a China anunciou que havia aumentado a reserva bancária obrigatória, num esforço para segurar o crédito e dominar o aumento dos preços.

O aumento dos preços dos alimentos também contribuiu para protestos populares nas Filipinas, Quênia e outros países. Na Uganda, milhares de apoiadores do líder da oposição Kizza Besigye paralisaram seus trabalhos nesta semana, em protesto contra o aumento dos preços do combustível, gerando prisões e confrontos com a polícia.

O aumento dos preços dos alimentos levou mais de 44 milhões de pessoas para a pobreza ao redor do mundo desde Junho de 2010, de acordo com números publicados pelo Banco Mundial mais cedo neste ano.

O impacto foi particularmente mais severo nos países mais pobres, onde a maioria da população gasta metade ou mais de seus ganhos anuais em comida.

O aumento no preço do combustível também tencionou as finanças dos governos dos países em desenvolvimento, que gastaram 250 bilhões de dólares em subsídios de combustível no último ano, frente a 60 bilhões de dólares 8 anos atrás.

A alta nos preços abocanhou os ganhos das corporações, fazendo com que as companhias passassem os custos aos consumidores. A United Airlines disse que o custo do combustível cresceu 35% no primeiro trimestre deste ano, se comparado com o ano anterior, forçando-a a aumentar o preço da passagem e cortar rotas de volta. Custos crescentes de combustível contribuíram para uma perda de 213 milhões de dólares registrada pela companhia de aviação para esse trimestre.

A American Airlines também anunciou que planeja encerrar rotas de voos depois de registrar 436 milhões de dólares de perdas no primeiro trimestre nesta semana.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na quinta-feira que seu governo formou uma força tarefa para investigar especulações nos preços do gás e petróleo. A nova organização, chamada “Grupo de Trabalho sobre Fraude no Preço do Gás e Petróleo” será uma parte do Departamento de Justiça e inclui representantes da Comissão de Títulos e Câmbio, da Comissão Federal de Comércio, o Tesouro, e o Departamento de Energia.

Especialistas em energia foram rápidos em apontar que a medida provavelmente não atingirá resultados sérios. No entanto, ela aponta o descontentamento social sobre o aumento dos preços da energia.

O aumento contínuo dos preços de gás, o qual alguns especialistas avisaram que poderiam atingir 5 dólares por galão ou mais neste ano, criou mais condições desfavoráveis para os consumidores estadunidenses, que já estão se recuperando de salários decrescentes, alto desemprego e seguidos problemas na área de habitação.

Os preços do gás nos Estados Unidos estão apenas 27 centavos do seu recorde de U$4.11, atingido no verão de 2008, e parecem esconder esse fato enquanto a estação desse ano se aproxima.

“Enquanto os preços da gasolina aumentam, a apreensão nos lares americanos crescerá mais e o crescimento da demanda provavelmente se estagnará se não se tornar negativa”, disse Harry Tchilinguirian, estrategista de commodity no BNP Paribas, em depoimento ao Financial Times.

Tal queda nos gastos, considerada juntamente com as dezenas de bilhões de dólares gastas nas medidas de austeridade do governo marcada para o novo ano, abriga o potencial para levar os Estados Unidos de volta à recessão, eliminando milhões de emprego em cima daqueles já perdidos.

A última reviravolta nos preços de alimentos e energia coincidiu com um aumento drástico no preço do ouro, que quebrou o recorde de 1500 dólares por onça nesta semana. O voo dos investidores para o ouro, assim como para outras commodities, foi pelo menos em parte uma resposta para a seguida instabilidade da dívida pública, depois da ameaça da Standard and Poor’s em diminuir a nota da dívida dos Estados Unidos, se o governo federal não tomasse uma ação rápida para cortar os gastos sociais.

Traduzido para Diária Liberdade por José Platão

 

 

 

 

 

 

Violência no norte da Nigéria

Nigéria - Repressom e direitos humanos

Sábado, 23 Abril 2011 02:00

 Pagina/12 - [Tradução de Diário Liberdade] Facções muçulmanas e cristãs se atacam.

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Durante a semana houveram 246 mortos no norte da Nigéria, pelos violentos enfrentamentos entre duas facções. O conflito se iniciou nesta zona muçulmana do país da África oriental após a eleição do presidente Goodluck Jonathan, um cristão. O informe procede da organização de direitos humanos Civis Rights Congress.

O governo se negou a confirmar estas cifras ou a dar um balanço de vítimas pelo temor de alimentar a violência entre cristão e muçulmanos, sobretudo no norte, de maioria muçulmana. Muitos corpos foram queimados ou lançados em poços, tornando muito difícil chegar a um balanço oficial. Além de afetar a rotina diária da zona nortenha da Nigéria, a situação pôs em perigo os comícios regionais desses estados, previstos para terça-feira (26). O pessoal eleitoral que devia coordená-los abandonou os distritos e a Comissão Eleitoral Independente adiou as eleições em dois dos estados mais castigados pela violência dos últimos dias, Bachi e Kaduna, até a próxima quinta-feira. Membros dos Corpos Nacionais de Juventude que atuam como chefes de mesa eleitoral, foram alvo dos ataques de jovens muçulmanos que protestam contra a vitória do presidente Jonathan frente a seu candidato, Muhammadu Buhari.

Em Daura, uma zona da cidade do líder opositor, o hotel onde se alojam os presidentes de mesa, foi incendiado. "Não podemos voltar nesse sítio. Não vamos colocar em risco nossas vidas pelos 7000 nairas (46 dólares) que nos paga a comissão eleitoral", lamentou-se Ikenna, um dos presidentes da mesa, ante a imprensa local.

Traduzido para Diário Liberdade por Lucas Morais

 

 

 

Protestos na Síria deixam pelo menos 50 mortos, diz agência

Síria - Repressom e direitos humanos

Sábado, 23 Abril 2011 02:00

 Opera Mundi - [Daniella Cambaúva] Um dia após o presidente sírio, Bashar Al Assad, ratificar o fim do Estado de Emergência vigente no país, forças de segurança atiraram e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em diversas cidades da Síria nesta sexta-feira (22/04).

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Pelo menos 50 pessoas morreram, segundo organizações de direitos humanos citadas pela agência AFP.

O maior número de mortes ocorreu na localidade sulina de Izraa, onde sete pessoas morreram pela atuação policial, próximo à cidade de Deraa, de acordo com a Al Jazeera.

Segundo a agência Reuters, os tiros foram ouvidos perto da capital, Damasco, e na área da cidade central de Homs (centro), regiões onde havia hoje aproximadamente dez mil pessoas protestando.

Na manhã de hoje, a capital síria estava com forças policiais desdobradas em numerosos pontos da cidade, especialmente ao redor da praça Abasin, o principal ponto dos protestos políticos durante as últimas semanas. Os acessos a Damasco estavam fechados, e o transporte a várias áreas estava proibido, disseram moradores da região à agência Efe.

Uma situação parecida vivem as cidades de Homs e Deraa (sul), localidades nas quais foi registrado o maior número de vítimas durante os distúrbios gerados durante os protestos contra o regime de Assad. Desde meados de março, cerca de 200 pessoas morreram na Síria, segundo dados de organizações de direitos humanos.

Uma fonte citada pela Al Jazeera afirmou: “A grande questão é 'o que acontecerá?'. Na sexta-feira passada as pessoas tentaram realizar uma marcha na capital e foram obrigadas a recuar com gás lacrimogêneo. O que vemos neste momento são as forças da ordem impedindo a concentração das pessoas, isso está acontecendo também em Homs e em Deraa, por isso vai ser difícil chegar ao centro das cidades porque as forças policiais já estão lá”.

Mudanças

Na quinta-feira, Al Assad assinou três decretos: a abolição da Lei de Emergência (em vigor desde 1963), a eliminação do Alto Tribunal da Segurança do Estado e novas normas para as manifestações pacíficas.

O estado de emergência autorizava que os órgãos de segurança do país reprimissem a oposição, proibia a aglomeração de mais de cinco pessoas, prisões arbitrárias e julgamentos a portas fechadas.

Líderes da oposição, porém, disseram que outras exigências precisam ser atendidas, como a libertação de presos políticos, liberdade de expressão e a instauração de um sistema multipartidário.

"Esta medida é apenas conversa. Os protestos irão continuar até que todas as exigências sejam cumpridas, ou que o regime caia", disse à Reuters o oposicionista Haitham Maleh, juiz aposentado de 80 anos.

Assad, que assumiu a presidência em 2.000, depois que seu pai, Hafez al Assad, morreu, após 30 anos no poder.

A rapina do século: O assalto aos fundos soberanos líbios

           

 

Líbia - Direitos nacionais e imperialismo

Sábado, 23 Abril 2011 02:00

 Resistir.info - [Manlio Dinucci] O objectivo da guerra na Líbia não é apenas o petróleo, cujas reservas (estimadas em 60 mil milhões de barris) são as mais importantes da África e cujos custos de extracção estão entre os mais baixos do mundo. Nem, tão pouco, o gás natural, cujas reservas são estimadas em cerca de 1500 mil milhões de m3. Na mira dos "voluntários" da operação "Protector unificado" também estão os fundos soberanos, os capitais que o Estado líbio investiu no estrangeiro.

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Os fundos soberanos geridos pela Libyan Investment Authority (LIA) são estimados em cerca de 70 mil milhões de dólares, que sobem a mais de 150 se se incluírem os investimentos estrangeiros do Banco Central e de outros organismos. E poderiam ser ainda mais importantes. Ainda que sejam inferiores aos da Arábia Saudita ou do Kuwait, os fundos soberanos líbios caracterizam-se pelo seu crescimento rápido. Quando a LIA foi constituída em 2006, ela dispunha de 40 mil milhões de dólares. Em apenas cinco anos ela efectuou investimentos em mais de uma centena de sociedades norte-africanas, asiáticas, europeias, norte-americanas e sul-americanas: holdings, bancos, imobiliário, indústria, companhias de petróleo e outras.

Na Itália, os principais investimentos líbios foram os efectuados na UniCredit Banca (de que a LIA e o Banco Central líbio possuem 7,5%), na Finmeccanica (2%) e na ENI (1%): estes investimentos e outros (inclusive 7,5% no Juventus Football Club) têm um significado menos económico (montam a cerca de 4 mil milhões de dólares) do que político.

A Líbia, depois de Washington a ter apagado da sua lista dos "Estados bandidos", tentou restabelecer um lugar no plano internacional apoiando-se na "diplomacia dos fundos soberanos". Quando os Estados Unidos e a União Europeia aboliram o seu embargo de 2004 e as grandes companhias de petróleo retornaram ao país, Tripoli pôde dispor de um excedente comercial de cerca de 30 mil milhões de dólares por ano que destinou em grande parte a investimentos no estrangeiro. A gestão dos fundos soberanos, nas mãos de ministros e altos funcionários, criou entretanto um novo mecanismo de poder e corrupção que provavelmente escapou ao controle do próprio Kadafi – o que se confirma pelo facto de que em 2009 este propôs que os 30 mil milhões de dividendos petrolíferos fossem "directamente para o povo líbio". Isto agravou as fracturas internas do governo líbio.

Foi nestas fracturas que se apoiaram os círculos dominantes estado-unidenses e europeus que, antes de atacar a Líbia militarmente para apossar-se da sua riqueza energética, apropriaram-se dos fundos soberanos líbios. Esta operação foi favorecida pelo próprio representante da Libyan Investment Authority, Mohamed Layas. Como revela um telegrama diplomático publicado pela Wikileaks, em 20 de Janeiro Layas informou o embaixador estado-unidense em Tripoli de que a LIA havia depositado 32 mil milhões de dólares em banco estado-unidenses. Cinco semanas mais tarde, a 28 de Fevereiro, o Tesouro estado-unidense "congelou-os". Segundo as declarações oficiais, esta é "a maior soma de dinheiro alguma vez já bloqueada nos Estados Unidos", que Washington mantém "em depósito para o futuro da Líbia". Ela servirá na realidade para uma injecção de capitais na economia estado-unidense, cada vez mais endividada. Alguns dias mais tarde, a União Europeia "congelou" cerca de 45 mil milhões de euros de fundos líbios [NR] .

O assalto aos fundos líbios terá um impacto especialmente forte na África. Neste continente, a Libyan Arab African Investment Company efectuou investimentos em mais de 25 países, dos quais 22 na África sub-sahariana, programando aumentá-los nos próximos cinco anos, sobretudo nos sectores mineiro, manufactureiro, turístico e no das telecomunicações. Os investimentos líbios foram decisivos na realização do primeiro satélite de telecomunicações da Rascom (Regional African Satellite Communications Organization) que, colocado em órbita em Agosto de 2010, permite aos países africanos começarem a tornar-se independentes das redes de satélites estado-unidenses e europeias, realizando assim uma economia anual de centenas de milhões de dólares.

Ainda mais importantes foram os investimentos líbios na realização de três organismos financeiros lançados pela União Africana: o Banco Africano de Investimento, cuja sede é em Tripoli; o Fundo Monetário Africano, com sede em Yaundé (Camarões); o Banco Central Africano, instalado em Abuja (Nigéria). O desenvolvimento destes organismos devia permitir aos países africanos escaparem ao controle do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, ambos instrumentos de dominação neo-colonial, e devia assinalar o fim do franco CFA, a moeda que 14 ex-colonias francesas são obrigadas a usar. O congelamento dos fundos líbios assesta uma pancada muito dura em todo o projecto. As armas utilizadas pelos "voluntários" não são apenas as da operação "Protector unificado".

22/Abril/2011

[NR] O Banco Comercial Português congelou no offshore da Madeira uma conta de 14 milhões de euros da LAP Overseas Unipessoal, a qual é subsidiária da Libya Africa Investment Portfolio que por sua vez é subsidiária da LIA.

[*] Geógrafo e geopolitólogo.

O original encontra-se em Il Manifesto (Itália), a versão em francês em https://www.voltairenet.org/article169542.html