Votos nulos, brancos e o boicote eleitoral em 2012

04-12-2012 00:00

 

Votos nulos, brancos e o boicote eleitoral em 2012

 

 
Mais um ano, assim como, a cada dois ou quatro anos, somos convocados para participar da farsa eleitoral democrática do capital. Do qual somos obrigados a votar nos próximos carrascos políticos, e exploradores, que adentrarão ao Estado capitalista. Defendendo seus próprios interesses, ou apenas das parcelas mais abastadas da sociedade, ou seja, a burguesia; aumentarão seus próprios salários e benefícios arbitrariamente; criam leis que beneficiam apenas eles e as classes burguesas; são envolvidos nos diversos esquemas de corrupção e propinas, entre outras irregularidades.
 
A eleição 2012 entrará para a História como a eleição que mais houve abstenções, votos nulos e brancos nas ultimas décadas. Superando as a eleição de 1996. Alcançou maior numero de votos nulos do que os brancos, dos quais ambos foram altos comparando com as anteriores. E também importante salientar o grande numero de abstenções, que somadas aos nulos e brancos, ficaram com números correspondentes a como se fossem o segundo candidato na maioria dos municípios de São Paulo. Ficaram muito próximo de transformar qualquer candidato em ilegítima nessas eleições.
Percebemos que cada vez mais os operários, trabalhadores, proletariado, ou seja, os setores mais marginalizados da sociedade estão mostrando que não estão sendo coniventes com a atual conjuntura social (estatus quo), e seu sistema capitalista. E projetos como “ficha limpa” haja vista a maioria das investigações de candidatura estar engavetadas, porque também é um aparelho ideológico do Estado e da burguesia; promessas políticas; campanhas eleitorais e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), não estão sendo suficientes para iludir as classes mais exploradas da sociedade. São tomadas todas as medidas em favor das classes abastadas.
Também não devemos deixar de salutar os diversos movimentos sociais, sejam eles anarquistas, socialistas, ou comunistas, desde que estejam de fato empenhados na campanha anti-eleitoral, de boicote eleitoral. A formação de grupos, de comitês e de trabalhos constantes realizado constantemente por diversos movimentos sociais contra o capitalismo. E também em função dos atuais partidos políticos e suas figuras políticas e agentes, dos quais cada vez mais não conseguem esconder o nível de podridão, lamaçal, de corrupção a qual estão envolvidos e cada vez mais aprimorando essa prática e esses procedimentos nefastos nas instituições políticas de nosso país. Cada vez mais nos levando a conclusão de que as eleições (sufrágio universal) é uma farsa, e a democracia não passa de demagogia, para que inconscientemente o país cada vez mais fique entrego nas mãos de políticos e partido espécies. Levando-nos a pensar que ainda existe algum partido ou candidato honesto. A verdadeira política está fora das urnas, apenas o povo, operariado, e proletário pode transformar a sociedade, ter sonhos de uma sociedade justa de verdade, igualitária e sem a exploração do homem pelo homem.
 
Podemos citar vários exemplos e dados desta eleição, no município de São Paulo no primeiro turno, somando os votos nulos, brancos e as abstenções chegaram a 2.490,513 (dois milhões quatrocentos e noventa e quinhentos e treze) eleitores, mais do que o primeiro candidato José Serra com 1.884,849 (um milhão oitocentos e oitenta e quatro e oitocentos e quarenta e nove) eleitores. São marcas muito expressivas para o Estado considerado mais rico das federações, dos quais as contradições e os níveis de pobreza são altíssimos. No Estado do Rio de Janeiro foi menos expressivo, chegando a 1.472.537; ficando na segunda posição, depois dos 2.097.733 do candidato que ficou em primeiro, Eduardo Paes.
A maioria dos municípios do Estado de São Paulo seguiu com grande número de abstenções. Devemos salientar que os votos nulos superaram os brancos na maioria das eleições, essa é uma marca histórica para os movimentos a favor do voto nulo.
 
Apesar de o Brasil ser um país democrático, na verdade supostamente, onde não respeita sua própria constituição e as classes mais pobres, e ainda somos obrigados a votar, senão somos penalizados com multa de R$ 3,51 reais na justiça eleitoral. O que implica problemas para as pessoas que trabalham em empregos públicos, ou empresas que obrigam seus funcionários a votar, e apresentarem seus comprovantes de votação para que não fiquem com seus salários bloqueados. Que maneira de coagir, ou melhor, obrigar mesmo os trabalhadores a exercer essa a cidadania, aquela que apenas favorece os ricos, sou seja, uma falsa cidadania, todavia apenas as que enchem de obrigação, e não oferece direito algum. Ou melhor, os direitos ficam em poder dos ricos, políticos, burguesia que controla a sociedade. Enquanto o proletariado, o povo pobre, sofrido resta apenas às obrigações.
 
Cada vez mais o voto nulo e abstenções se consolidam como protesto por uma sociedade melhor, ou seja, sem classes sociais, não endossando esse estado de coisa calamitosa em que vivemos. Considerando o voto nulo e abstenções como um passo, um caminho para a revolução e as transformações sociais.
Não podemos superestimar as abstenções, porque alguns eleitores deixam para ultima hora a regularização de seus títulos de eleitores, assim como problemas legais. Porem, temos que levar em consideração os muito eleitores que estão vendo cada vez mais irregularidades serem descobertas e  que vem a público, a mascara dos políticos estão caindo, o teatro está cada vez mais se transformando em farsa, da qual, cada vez mais fica difícil de esconder da classe trabalhadora, do proletariado. Enquanto cada vez mais o abismo social da desigualdade vem aumentando, da exploração, da pauperização, da austeridade, da fome, da péssima qualidade de vida, e agora da criminalidade.
 
Vemos a luta anti-eleitoral como alternativa para a luta de classes, a luta revolucionária, a derrubada do sistema capitalista, de todo e qualquer tipo de governo. Concordamos com a criação de uma sociedade igualitária, sem classes sociais, sem exploração, sem a imposição de um ser humano ou uma classe sobre a outra, uma sociedade que de condições semelhantes de vida a todos, baseada no bem comum, na coletivização, na coletividade e no bem estar social de todos.
 
GACII – Grupo Anarco-Comunista Internacionalista Insurrecional